Hipertensão arterial atinge mais de 30% da população brasileira

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A hipertensão arterial, ou pressão alta, é considerada pelos médicos uma doença bastante comum, é  assintomática ou muito pouco sintomática, não é transmissível, porém, já atinge em torno de 30% da população brasileira. Um alerta vem quando a pressão é medida  através de aparelhos ou de equipamentos e ela está acima de 130 milímetros de mercúrio por 85 milímetros de mercúrio (130/85 mmHg), que é considerado o valor máximo normal.
Além disso, segundo o médico cardiologista, Hailton Boing Junior, membro da Associação Brusquense de Medicina – ABM, existem ainda alguns sintomas comuns nos hipertensos como dor na nuca, dor de cabeça e urinar muitas vezes à noite.

A hipertensão arterial é um dos fatores de risco para várias doenças e, se não tratada, as complicações são graves e podem levar à morte. Reprodução/Internet

“A pressão alta é uma interação de fatores genéticos com ambiental. Ela é mais comum em parentes de pessoas que já têm hipertensão. O risco é muitas vezes maior, em torno de 10 a 25%, naqueles que têm um familiar, um pai ou uma mãe, com hipertensão. Já os fatores ambientais estão relacionados ao estilo de vida da pessoa, que inclui alimentação, prática de exercício físico, estresse e peso que, somados, podem levar ao aparecimento da hipertensão arterial”, alerta o médico.

RISCO DE MORTE

A hipertensão arterial é um dos fatores de risco para várias doenças e, se não tratada, as complicações são graves e podem levar à morte. Ela pode afetar vários órgãos do nosso organismo sendo, basicamente, o cérebro e os rins, mas o principal é o coração.  

“Podemos dizer então que, as principais complicações da hipertensão arterial são as doenças cardiovasculares, consideradas a principal causa de mortes no mundo atual. Essas doenças incluem o infarto e o AVC, mas também a insuficiência cardíaca, que é o estágio final da doença cardíaca, estando associada aos aneurismas e insuficiência renal, com necessidade de hemodiálise e transplante, além de várias outras complicações. Ela também afeta a visão, levando à cegueira e a circulação periférica dos membros inferiores, podendo causar amputações. Por isso, o alerta é de que a hipertensão arterial é uma doença que tem complicações graves e sérias”, frisa o cardiologista.

TRATAMENTO
O diagnóstico e o tratamento precoce da hipertensão arterial ajudam a amenizar a gravidade e reduzir as complicações. Sendo assim, a medição da pressão é o primeiro passo para um diagnóstico, pois mesmo que não sinta nada, a pessoa deve verificar uma vez por ano a sua pressão e, se estiver alterada, deve-se procurar o atendimento médico para corrigir o problema e evitar complicações futuras.

Conforme explica o médico Hailton Boing Junior, o tratamento da hipertensão pode ser dividido em medidas não-farmacológicas, iniciadas em pacientes jovens, sem nenhuma complicação detectada, que apresentam uma hipertensão leve, considerado estágio inicial. Para eles, o tratamento começa basicamente, sem medicamentos, com mudança no estilo de vida, alimentação saudável, com restrição do sal, atividade física, controle do estresse e diminuição do peso, o que tem surtido efeito, com normalização  e controle da pressão alta, sem precisar de medicamentos. Já o outro tratamento, é o medicamentoso.

“Existem medicamentos que são mais apropriados para determinado tipo de paciente, conforme a sua raça e comorbidades. O médico vai avaliar essas comorbidades  e os outros fatores para poder determinar qual o medicamento para esse paciente. Então, normalmente, são esses dois tipos de tratamentos, o não-medicamentoso para  pacientes jovens, com hipertensão leve e sem complicações e o medicamentoso para pacientes que não respondem a essas não-farmacológicas  ou para aqueles cuja hipertensão já está no grau 2 ou mais”, explica Boing Junior.

PREVENÇÃO

O cardiologista destaca que, assim como para outras doenças, manter um estilo de vida saudável, também previne a hipertensão arterial. Sendo assim, o médico reforça a necessidade de manter uma alimentação equilibrada com muitas frutas e verduras, evitando alimentos industrializados e processados com grande quantidade de sal, que inclui os embutidos e as conservas, além da ingestão adequada de líquidos. Outra medida importante é manter o peso, evitando alimentos calóricos, à base de carboidratos, doces, gordurosos e  frituras, pois a restrição desses alimentos vai ter uma importância na prevenção da hipertensão.

Além disso, os exercícios físicos regulares, no mínimo quatro vezes por semana, por pelo menos 1 hora e com uma intensidade adequada, também geram benefícios.

“Não podemos esquecer do controle do estresse. A própria atividade física é uma maneira de controlar o estresse, ou outras técnicas, até mesmo com uso de medicamentos em casos mais extremos. A pessoa ter momentos de lazer, ter uma vida mais saudável possível, vai ajudar. Infelizmente, não conseguimos avaliar a parte genética, que já nasce com cada um e, às vezes, mesmo com todos esses cuidados, a hipertensão vai surgir. Porém, se tiver um estilo de vida mais saudável, será muito menos grave e mais fácil de controlar, com menos medicamentos e, se não conseguir evitar, vai conseguir abrandar a doença na sua gravidade com uma maior facilidade de tratamento. Então, vale a pena adotar um estilo de vida saudável”, conclui o cardiologista.

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