O período do Carnaval representa, em média, 10% das vendas de cerveja no Brasil. E especialmente para as artesanais, a retomada do Carnaval de rua nas últimas década deixou a festa mais democrática com as cidades cheias de foliões e o mercado movimentado em uma época que costumava ser de vendas estagnadas.
Para o presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal, Gilberto Tarantino, o Carnaval tem se tornado uma época de oportunidades também para as pequenas e médias cervejarias. Principalmente para realizar vendas diretas, que reduzem custos comerciais e tributários com revendas e distribuidores.
“Temos várias associadas que fazem seu próprio Carnaval levando grupos de samba, pagodes e blocos realizando festas fechadas com mais segurança e conforto; inclusive com acesso a banheiros. Muitos brewpubs também fazem parcerias com os blocos que passam em frente dos estabelecimentos”, lembra Tarantino.
Ele avalia que a época é propícia para reforçar estratégias de venda direta de barris, latas e também dos growlers, um hábito que ganhou força na pandemia e se manteve importante para o segmento. “É a maior festa popular do país e cervejarias tem oportunidade de realizar estratégias e promoções de vendas antecipadas, posicionar suas marcas e mostrar nossa brasilidade”, explica Tarantino.
A Abracerva, tem acompanhado as expectativas que apontam um aumento de até 15% nas vendas de bares e restaurantes no período do Carnaval. De acordo com a Abrasel em Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte a expectativa é de mais 15% na comparação com 2022, enquanto na Bahia e em São Paulo as projeções são de até 10%.
Segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, as vendas da bebida no Carnaval de 2019 somaram aproximadamente 1,3 bilhão de litros, volume que representou quase 10% da expectativa daquele ano. Em 2023, a Prefeitura de São Paulo divulgou que quase 500 blocos de rua reuniram cerca de 15 milhões de pessoas, movimentando quase R$ 3 bilhões. Neste fevereiro programação prevê 637 desfiles de 579 blocos.
“Há cerca de dez ou oito anos atrás as cervejarias artesanais estavam mais conectadas ao rock’n roll. Agora existe mais diversidade e essa mudança gera faturamento para cervejarias em cidades como São Paulo, que tem quase 600 blocos, mas também em Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro, Florianópolis e outras”, avalia o empresário.
“Hoje, somos cerca de 1700 empresas locais e regionais que ofertam milhares de rótulos, muitos dos quais trazem em suas receitas ingredientes e cultura regional, conversando com a gastronomia brasileira. É natural estarmos mais presentes no Carnaval, que é a festa da diversidade”, afirma o presidente da associação.
Abracerva
A Abracerva, Associação Brasileira de Cerveja Artesanal, é uma organização sem fins lucrativos que tem a missão de proteger, desenvolver e democratizar a cerveja artesanal brasileira. É a maior entidade do setor e representa diretamente 800 pequenas cervejarias, brewpubs, bares, distribuidores, fornecedores e profissionais que trabalham no segmento. A Abracerva acredita na máxima “beba menos, beba melhor”. Conheça https://abracerva.com.br.
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