Os esforços para evitar prejuízos à saúde, mantendo a qualidade de vida e evitando as Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (DORT), estão em evidência, em 28 de fevereiro. A data é lembrada como o Dia Mundial de Combate à LER/Dort, que afetam, segundo dados de 2022, 3,6 milhões de pessoas. A estimativa é que 16% dessa população possua limitações severas de mobilidade devido às doenças.
Segundo o ortopedista e traumatologista, Joel Mendes, membro da Associação Brusquense de Medicina (ABM), as causas destas doenças são multifatoriais e merecem atenção às práticas profissionais diárias. “O que verificamos na prática, no consultório, são as situações de movimentos repetitivos ou excesso de uma posição fixa, sentada ou em pé, que acabam sobrecarregando membros superiores e coluna cervical”, alerta.
De acordo com ele, ambas se referem a doenças dos sistemas muscular, esquelético e neurológico e podem estar diretamente relacionadas ao trabalho. Na região, ele exemplifica com atividades relacionadas a costura, que necessita de ações repetitivas. Outro cenário agravante se refere ao caso de profissionais que trabalham em escritório, onde a falta de regulagem e ajuste de mesas, monitores, teclados ou cadeiras também exigem atenção.
Alerta e tratamento
Ombros, cotovelo, punho e coluna são indicados como as regiões que costumam ser mais suscetíveis a apresentar efeitos da LER/ Dort. Já entre os principais pontos de atenção, o médico indica a presença de dores, que costumam ser os primeiros sintomas relatados.
Segundo o ortopedista e traumatologista, a percepção de cansaço e fadiga muscular, que limitam o emprego de força em uma atividade, assim como a sensação de formigamento, alteração da sensibilidade ou dormência, também são recorrentes. Conforme o médico, em situações que o quadro atinge a região da coluna vertebral e cervical, é possível perceber a contratura muscular e limitação de mobilidade.
De acordo com ele, para se evitar os problemas, o ideal seria a manutenção de atividades físicas, pelo menos, três vezes na semana. “Com o alongamento e fortalecimento muscular o paciente teria uma condição laboral mais adequada”, indica. Durante as atividades profissionais com longos períodos sentado, ele sugere que se destine cerca cinco minutos a cada 50 minutos para a mudança de posição de trabalho, alongamentos e períodos de pé.
O médico reconhece que, com a mudança cultural, aumento da atuação profissional em ambiente doméstico e de jornada de trabalho após o período de pandemia, levou à necessidade de adaptações. A mudança de ambiente, alerta, também mudou os fatores de risco relacionados. O profissional também ressalta a importância do acompanhamento de profissionais da psicologia e psiquiatria como forma de reduzir ou evitar os efeitos sobre o trabalhador.
No Brasil, é possível fazer o tratamento contra LER/Dort também pelo SUS, com uma Rede de Atenção Integral de Saúde do Trabalhador e Centros de Referência de Saúde do Trabalhador, com cerca de 200 unidades voltadas para as doenças. No caso de Brusque, o médico destaca a atuação de dois grupos de apoio composto por fisioterapeutas, um voltado para dores crônicas e, outro, para academia da saúde, também com esse foco. “Não temos um trabalho, como nos Centros, mas os médicos que diagnosticam a LER ou Dort e encaminham para estes serviços de fisioterapia, com isso conseguem ter um resultado bastante satisfatório do quadro”, afirma.
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