Conheça os cheiros que “enganam” o cérebro e reduzem a vontade de comer

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Com a chegada dos dias mais frios, é comum sentir uma vontade quase incontrolável de comer mais — especialmente alimentos ricos em açúcar, gordura e carboidratos. O fenômeno tem explicação: temperaturas baixas fazem o corpo buscar mais energia para se manter aquecido, mas o aumento do apetite também está ligado a gatilhos emocionais, como ansiedade, conforto e rotina mais sedentária.

O que poucos sabem é que o olfato pode ser um aliado poderoso no combate à compulsão alimentar durante os meses frios. A aromaterapeuta e especialista em neurociência Daiana Petry, explica que a aromaterapia, prática milenar que utiliza óleos essenciais com propriedades terapêuticas, tem se mostrado eficaz ao estimular os centros de prazer do cérebro sem a necessidade de ingestão calórica.

O apetite, do ponto de vista biológico, é influenciado por fatores fisiológicos, psicológicos e ambientais, sendo ajustado por mecanismos homeostáticos e hedônicos. O controle homeostático se refere à regulação da ingestão de alimentos para atender às nossas necessidades de energia. Já o mecanismo hedônico fala sobre coisas que nos fazem sentir prazer. Ele é ativado por imagens que vemos e pelos aromas ou gostos de comidas gostosas, e não por sinais do nosso corpo sobre fome.

Óleos essenciais como grapefruit, patchouli e ylang ylang ativam centros de prazer sem ingestão calórica, ajudando a controlar o apetite emocional nos dias frios. Reprodução/Internet

O núcleo accumbens, o pálido ventral e o tronco cerebral são as principais áreas que geram o impacto hedônico no sistema de recompensa alimentar. Em contraste, o córtex pré-frontal e o sistema límbico funcionam juntos no controle do apetite.

“Devido à capacidade dos óleos essenciais de atuar diretamente no córtex pré-frontal e sistema límbico, região do cérebro ligada ao controle emocional e comportamentos como fome e saciedade, sua aplicação para a regulação do apetite, especialmente por meio do mecanismo hedônico, é uma excelente estratégia complementar”.

“Quando inalamos certos óleos essenciais, como os de grapefruit, patchouli e ylang ylang, podemos gerar sensação de conforto, saciedade ou até leve euforia — o suficiente para reduzir o desejo por comida naquele momento”, explica a aromaterapeuta.

Como funciona?

Entre os mecanismos envolvidos, estão a liberação de neurotransmissores como dopamina e serotonina, ligados ao bem-estar.

Dicas práticas:

  • Antes de ir até a geladeira por impulso, experimente inalar por 3 a 5 minutos uma gota dos óleos essenciais de grapefruit e patchouli
  • Pingue uma gota de patchouli ou ylang ylang em um lenço ou colar difusor e inspire profundamente durante momentos de ansiedade.
  • Use difusores ambientais ou sprays aromáticos em locais onde costumam aparecer os episódios de fome emocional, como no escritório ou no sofá.

Não é milagre, é estratégia complementar

A aromaterapia não substitui uma alimentação equilibrada nem tratamento profissional em casos de compulsão alimentar, mas pode ser uma aliada eficaz, especialmente no controle da ingestão calórica por impulso nos dias frios.

“Pequenos hábitos sensoriais podem mudar padrões de comportamento. Quando o cheiro certo age no momento certo, ele pode ser a pausa que seu cérebro precisa para retomar o autocontrole”, completa a especialista.

Sobre Daiana Petry

  • Aromaterapeuta, perfumista botânica, naturóloga e especialista em neurociência.
  • Professora dos cursos de formação em aromaterapia, perfumaria botânica e psicoaromaterapia.
  • Autora dos livros: Psicoaromaterapia, Cosméticos sólidos e Maquiagem ecoessencial.
  • Fundadora da Harmonie Aromaterapia.
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1 comentário em “Conheça os cheiros que “enganam” o cérebro e reduzem a vontade de comer”

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