Santa Catarina se destaca no cenário econômico. No quarto trimestre de 2024, a taxa de desemprego do estado caiu de 2,8% para 2,7%, tornando-se a segunda menor do Brasil, segundo a PNAD Contínua Trimestral do IBGE. Esse avanço impulsiona o consumo e fortalece a economia local. No entanto, com o mercado de trabalho aquecido, surge um novo desafio para as empresas: como se posicionar como um local desejado pelos melhores talentos?
É aí que entra o conceito de marca empregadora. Mais do que oferecer bons salários, o diferencial está em uma cultura organizacional autêntica e acolhedora. Como destaca Camila Renaux, especialista em Marketing Estratégico, Digital e Inteligência Artificial, “benefícios tradicionais podem ser atrativos em um primeiro momento, mas, se não trouxerem impacto real no dia a dia, perdem seu valor. As empresas precisam olhar para dentro e criar uma experiência tão positiva para seus times quanto para seus clientes, reconhecendo que os colaboradores são seu primeiro público de interesse”.
Além disso, a forma de trabalhar mudou. O home office se consolidou e muitos profissionais catarinenses agora atuam remotamente para empresas de capitais e até do exterior. Com a concorrência global por talentos, oferecer um ambiente saudável, oportunidades de crescimento e equilíbrio entre vida pessoal e profissional deixou de ser uma opção para se tornar essencial.
Marca empregadora na prática
Entender a importância de ser uma marca empregadora é apenas o começo. Mas como transformar esse conceito em realidade? Construir uma reputação forte no mercado exige tempo, consistência e ações estratégicas para atrair e reter talentos. O ponto de partida está em cultivar uma cultura onde os valores vividos internamente estejam alinhados com a imagem que a empresa projeta para o mercado.
Para Daniel Trainoti, co-fundador da Agência Beaver, o reconhecimento não pode ser pontual ou simbólico. “Um profissional que passa a maior parte do ano desmotivado não será engajado por um gesto isolado, como ganhar um bombom em uma data comemorativa. Manter um ambiente positivo exige consistência, com engajamento e bem-estar como pilares diários. Empresas que realmente valorizam seus times investem em desenvolvimento, escuta ativa e um propósito claro”, explica.
No cenário global, esse movimento já está consolidado. Renaux, que esteve no NRF Retail Big Show — o maior evento de varejo do mundo —, completa como grandes marcas aplicam esse conceito. “Lá, há diretorias inteiras dedicadas a programas de conhecimento, onde os profissionais não apenas dominam a marca e o produto, mas também se tornam seus principais embaixadores. Se uma empresa tem mil seguidores e dois mil colaboradores, algo está desalinhado. A equipe deve ser os primeira a acreditar e promover a marca”, observa.
Pensando nessa necessidade do mercado, a Agência Beaver desenvolveu o Beaver People, um produto especializado em employer branding. “Vamos além de soluções genéricas. Cada empresa tem sua identidade, desafios e oportunidades. Por isso, mergulhamos na cultura, ouvimos líderes e equipes e analisamos cada detalhe do ambiente de trabalho. Esse olhar aprofundado nos permite identificar os ajustes necessários para que a marca empregadora se torne uma realidade e gere impacto de forma consistente e sustentável”, reforça Júlia Trainoti, co-fundadora da Agência Beaver.
As empresas que entenderem essa transformação sairão na frente e conquistarão um diferencial competitivo. Mais do que atrair e reter talentos qualificados, investir em employer branding reduz custos com recrutamento, fortalece a reputação da empresa, aumenta o engajamento interno e cria um ambiente mais produtivo e inovador.
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