Os dados preocupam, pois segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças brasileiras entre cinco e nove anos está acima do peso. Com essas informações, o Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil, no próximo 03 de junho, é uma data importante para conscientizar a população a respeito dos cuidados necessários para o combate a essa doença.
Segundo a médica Gabriela Lammel, que atua na área da nutrologia, no tratamento da obesidade, performance e estilo de vida, também membro da Associação Brusquense de Medicina, os pais devem ficar atentos e descrever para o médico da criança todas as alterações, seja em qualquer idade onde note que o peso esteja desproporcional a altura da criança. “Quanto mais cedo o diagnóstico, melhores chances de intervir com eficiência no quadro, já que o tratamento da obesidade infantil é particularmente difícil, pois é necessário tratar a mentalidade e o comportamento da família toda em relação a alimentação e estilo de vida, e não só da criança”, alerta a médica.
Ainda de acordo com a especialista, “o diagnóstico de obesidade pode ser feito a qualquer momento da infância, entretanto, a técnica utilizada é diferente daquela utilizada nos adultos. Na criança, além de calcular o IMC (índice de massa corporal) também precisamos colocá-lo em um gráfico – assim como aqueles gráficos que acompanham o crescimento, existe o gráfico do IMC ideal para cada idade”.
CAUSAS DA OBESIDADE INFANTIL
Conforme explica a médica Gabriela Lammel, nas últimas décadas, pode-se destacar dois principais pontos muito importantes causadores da obesidade infantil, sendo o primeiro o alto consumo de produtos industrializados na alimentação do dia a dia das crianças e o alto consumo de açúcar de forma precoce. Entre esses produtos, pode-se mencionar como vilões os refrigerantes, as bolachas recheadas, os bolos prontos, salgadinhos, entre outros. Já o segundo ponto, está atribuído à mudança de comportamento na infância, tirando as brincadeiras, – como correr, andar de bicicleta, pega-pega, pique-esconde – pelo longo tempo na frente das telas. A escola também possui um papel importante neste processo, pois deve incentivar o consumo de alimentos saudáveis tanto nas refeições servidas aos estudantes, quanto no que é enviado de casa, pelos pais ou responsáveis.
“O resultado não poderia ser diferente: nossas crianças estão consumindo mais calorias, calorias vazias, com poucos nutrientes, e gastando menos. O excesso de calorias (energia) então, acaba se acumulando na forma de gordura ao longo do tempo. A praticidade que os lanches prontos e as telas trazem para a vida dos pais é muito sedutora considerando todas as demandas do dia a dia e ao padrão de vida que temos hoje, onde ambos os pais trabalham fora e dispõem de pouco tempo para a rotina com os filhos”, frisa.
TRATAMENTO
O tratamento é baseado na mudança dos hábitos de alimentação da família, na inclusão destas crianças no esporte e exercícios físicos. Depois dos 12 anos de idade, já existem medicações que podem ser utilizadas para o tratamento da obesidade infantil, mas a prevenção deve começar cedo.
“A prevenção da obesidade infantil começa antes mesmo da gestação da mãe, pois neste momento temos a oportunidade de fornecer o ambiente mais favorável possível para a concepção do bebê, mesmo que a genética seja desfavorável. Além disso, a amamentação tem um papel muito importante. É fundamental ressaltar que, antes dos 2 anos de idade não se deve oferecer açúcar de nenhuma forma para os bebês, isso certamente moldará o paladar e o metabolismo destas crianças para a infância toda. Como sempre digo: a comida de verdade sempre vence! Refeições preparadas em casa sempre serão mais saudáveis do que aquelas compradas prontas. Preparar lanches em casa e oferecer frutas nos lanches já pode ser um excelente começo. Além disso, o incentivo a prática de atividade física e da brincadeira deve ser muito precoce, para prevenir e para tratar a obesidade infantil”, exemplifica a médica
Regras que são seguidas pela família da corretora de imóveis, Lidiane Pedroso. Segundo ela, desde que eram pequenos, a família sempre procurou manter uma alimentação o mais saudável possível para os filhos Arthur e Bernardo. “Eu e meu esposo não incentivamos que eles bebessem refrigerante, por exemplo, e sempre oferecemos suco. Os meninos gostam de arroz, feijão, carne e sempre procuro acrescentar alguma verdura. Eles também comem frutas e, por orientação da pediatra, troco as bolachas recheadas por bolos, que eu mesma faço”, contou Lidiane.
HALLO! Magazine surge em 2013, com edições impressas, com notícias orientadas à soluções, despertando interesse e engajamento de seus leitores e leitoras. Em 2022, já é multiplataforma (formatos impresso e eletrônico).