De cinza já bastam os dias nublados. Para o empresário Erivelto Fonseca foi, ao adicionar cor e leveza a uma indústria até então monocromática e pesada, que ele viu sua trajetória profissional tomar um rumo que o coloca como pioneiro na criação de vasos de fibra de vidro em grande escala no Brasil. Aos 15 anos, completados em 2024, a Vaso&Cor, sua empresa nascida no Sul de Santa Catarina, é a elite do mercado neste segmento.
Atualmente, são 58 coleções disponíveis, e a cada ano novas soluções em cores, acabamentos e produtos são lançadas. Com atuação em todo o mercado nacional e presença crescente no mercado internacional, atende mais de seis mil profissionais de arquitetura e paisagismo por meio de e-commerce, atendimento direto e lojas físicas.
O caminho, claro, não foi tão bonito quanto o desenho de um jardim. Filho de pais separados, o alagoano teve uma infância de pobreza, sempre em busca de espaço entre os irmãos e um desejo latente de melhorar de vida. Prestes a terminar os estudos na escola, aos 17 anos, viu em um tio, que abria uma fábrica de vasos de cimento – cinzas, portanto! -, uma oportunidade de trabalho e de juntar uma grana para o futuro.
Algum tempo depois embarcou para Londres para encarar as dores de um imigrante distante de casa e, enfrentando muitas dificuldades no caminho. Com sua primeira filha a caminho, decidiu retornar ao Brasil, e escolheu Santa Catarina como nova morada.
“Minha filha nasceu e a única coisa que eu realmente sabia fazer eram vasos. Liguei para o meu tio para pedir a permissão de abrir uma fábrica aqui. Ainda eram vasos de cimento, ou cinzas ou brancos, além de pesados. Com três anos, a Vaso&Cor faliu. Mas eu não desisti.”, relembra Erivelto que, depois deste revés, viu nos moldes de fibra de vidro o material que revolucionaria sua vida e a história da própria indústria.
“Tive esse insight e com a fibra de vidro, uma matéria-prima cara, produzi algumas peças piloto. Apresentei vasos coloridos e de diferentes dimensões que pesavam três quilos diante dos 70 quilos dos vasos de cimento. Levei para uma arquiteta, fiquei esperando ela na recepção e na saída da reunião, a cliente dela viu os vasos e já levou com ela. Se havia alguma dúvida do sucesso, ela foi respondida”, comenta o empresário.
A partir deste momento, a empresa não parou mais de crescer e se destacar. Erivelto e sua equipe presenciaram ainda uma mudança bastante expressiva na relação das pessoas com as plantas que, além dos jardins e áreas externas, têm criado verdadeiras florestas urbanas dentro de casas e apartamentos.
O empresário explica parte do sucesso da Vaso&Cor: “Desde que nasceu, sempre tivemos um DNA muito forte. Não é uma fábrica de vasos, é uma fábrica de referências. Sempre fizemos movimentos pioneiros, como colar uma etiqueta da marca nos vasos, entre outras ações. Eu nunca quis vender só produto. Nosso propósito é forte: Levar a natureza para todos os ambientes”.
Hoje, aos 43 anos, o fundador e CEO destina seu tempo para pensar nas estratégias e análises de dados da empresa, por exemplo, mas sem abdicar da posição de mente criativa na criação de novos designs.
Para o futuro, ele vislumbra o aumento do portfólio da Vaso&Cor. “Eu não vejo só vasos, vejo soluções completas, programas que estreitam ainda mais as nossas parcerias, outros produtos, queremos ser fornecedores de um grande ecossistema”, finaliza.
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